A VISÃO FILOSÓFICA DA SOCIEDADE E A REALIDADE DAS POLÍCIAS OSTENSIVAS

Ao acompanhar a superficial conceituação sobre o sistema público de segurança do Delegado Carlos Galietta e de seu defensor Pedro Henrique Queiroz, claro fica o quanto superficial e empírica é visão de segurança de ambos.
Não foi intuito dos milicianos que rebateram a opinião do cidadão Galietta magoar a vaidade pessoal do nobre delegado, mas sim abrir uma discussão profunda sobre a política de segurança.
 Cobrou-se nos textos escritos a essência do ser ideal filosófico dos membros de nossa mais que sesquicentenária Polícia Militar. Exigindo perfeição plena dos seus membros. Nossa corporação não vem do “espaço sideral”, “limbo” ou do “céu”, é formada de homens oriundos da mesma sociedade que os escritores citados.
Os policiais militares são pessoas comuns e produto do mesmo meio que qualquer cidadão brasileiro, não somos “alienígenas” ou “deuses”,  até a constituição nos considera cidadãos. Apenas somos vítimas de um preconceito advindo da pós-ditadura, onde foi internalizado junto ao senso comum que a “farda” é insociável. Situação que pode ser confirmada pela própria opinião arraigada dos citados escritores.
Leitores, a formação do policial militar do nosso Estado é exemplo e uma das mais completas do país é referencia nacional. A exigência para ingresso nas fileiras de nossa corporação é extremamente rígida, para se sonhar em ser soldado, hoje é preciso no mínimo ser portador de nível superior e ainda enfrentar uma rígida formação de nove meses. Onde valores como os trazidos pela Declaração Universal dos Direitos do Homem são pregados e internalizados profundamente aos neófitos.
Nosso amigo Pedro Henrique Queiroz cometeu a infelicidade de tentar adivinhar a função da segunda Seção do Estado Maior da PMGO, porém equivocou-se em imputar a PM-2 o papel de simples controle interno, esqueceu o douto bacharel que a Constituição em seu artigo 144 delega a competência de polícia administrativa do Estado as polícias ostensivas, logo tudo que perturbar a paz social ou a ordem é competências das polícias fardadas.
Sem mais delongas exemplificamos que ao serviço de informações compete o levantamento de dados para elaboração da conhecida vulgarmente por mancha criminal, tudo para elaborar a tática operacional mais adequada a ser aplicada a cada comunidade.
Caros amigos Carlos Gallieta e Pedro Henrique, incompetência e desvio de conduta existem em todos os ramos profissionais existentes na sociedade não é a Polícia Militar a única destinatária desta “benesse”. Devemos agradecer aos nobres formadores de opinião citados por engrandecer nossa discussão sobre segurança pública. Em momento algum nenhum miliciano teve a intenção de castrar a opinião de qualquer cidadão, apenas gostaríamos de também ter direito a opinião como qualquer pessoa e colaborar para uma discussão técnica e científica abandonando valores pessoais e institucionais.
Precisamos lembrar que não temos ainda uma política nacional de segurança pública eficiente e eficaz, que busque o equilíbrio entre as forças públicas e seus operadores. De igual forma carecemos do ciclo completo para ambas policiais estaduais, da valorização de seus servidores, do crescimento como ramo científico da segurança pública e de sua infra-estrutura, bem como abandonar a filosofia platônica e discussões egoísticas e ainda buscarmos resultados eficientes e eficazes para sociedade goiana. Para tanto devemos lançar mão da ferramenta do planejamento estratégico dentro das gestões dos organismos de segurança pública.
Por meio da ferramenta retro citada, necessária é a adoção urgente de medidas como a instituição da Lei Orgânica de âmbito nacional trazendo direitos, garantias e modernização às instituições de polícias ostensivas, bem como operacionalizando a vinculação orçamentária, tanto dos recursos na esfera da receita federal, estadual e municipal em fundo único, como é feita em outras áreas de gestão pública. Buscando concomitantemente formas de motivação do operador de segurança e sua valorização através de estipulação de piso salarial digno e qualificação real e qualitativa.
Salve o direito a livre expressão e opinião, salve o povo goiano.

FRANCISCO DE ASSIS FERREIRA RAMOS JUBÉ – CAP QOPM
BACHAREL EM DIREITO
ESTUDIOSO DE SEGURANÇA PÚBLICA
franciscojube.blogspot.com

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